Recomeçar uma nova vida não é uma tarefa fácil. É necessário se despir de tudo que passou, de tudo que foi vivido, seja no amor, no trabalho, na escola, ou quando se muda de cidade e etc.. É preciso deixar pra trás alguns aspectos do seu eu, e dar lugar a uma nova pessoa que vai se adaptar num novo ciclo de vida. No meu caso não foi muito diferente. Quando meu namoro terminou, tive que recomeçar uma nova vida, porém fiquei um bom tempo estagnado digerindo esta nova realidade, pois foi algo contra minha vontade. Passei por alguns momentos amargos, visto que estava com um ente doente na família, e acabei me envolvendo em toda luta contra esta doença, o que acumulou um certo ímpeto de tristeza pela qual tive que lidar através de análises com psicólogo. O que de fato me ajudou a levantar do chão foram as mudanças profissionais. Diz o ditado que quando o amor vai mal, o profissional se eleva e prospera. Foi exatamente o que aconteceu.Portas foram se abrindo, o dinheiro me estimulou e minha vida profissional melhorou muito. Porém, mesmo assim continuava estagnado, minha personalidade, meu eu interior continuava em stand by. Alguma coisa em mim havia adormecido e só agora eu começo a acordar. Naquela época minha vida social também melhorou consideravelmente. Sempre tive facilidade em fazer novas amizades, e solteiro faço mais amizades ainda. Foi o que me ocorreu. Novas amizades, ótimos momentos com os novos e velhos amigos, ou seja vida social plena. Acho isso é uma grande vantagem, pois as amizades são como rastro. Você segue a vida, e mesmo que tudo possa mudar de repente: namoro, emprego, cidade, quando se tem amigos para confidências ou amigos para se divertir, ou existe a facilidade em fazer novas amizades, sempre vai se construir nova histórias para contar, sem que um dia haja uma necessidade de apagá-la. Ao contrário acontece quando se termina um namoro, e para suprir a dor, arranja-se imediatamente um novo amor. É o mesmo que construir uma casa sem base. Construir vida nova em cima de uma desilusão amorosa é uma nua e crua realidade do que chamamos de carência afetiva.
O fato é que eu, como uma bom sagitariano que sou, não me desespero a este ponto. Não sinto a necessidade de encobrir um buraco do coração imediatamente. Ele está lá, a cicatriz faz parte do meu amadurecimento. E a forma como lido com isso diz tudo ao meu respeito. E assim vou seguindo a vida, em stand by, até um dia, quem sabe, acordar de um sono profundo e encontrar um novo amor, com a calma e serenidade que deve ser. Não sinto esta necessidade, mas se um dia vier, será bem vindo, assim como os demais foram.